quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Revolutionary Road


Acabou-se a saga "levantar às 6h43" para ir aturar a Ala X, do Serviço 1550 do Hospital Y.

Atão, lembra-se a Deep: "Apetece-me ir ao Cinema amanhã!".

A outra vira-se: "Queres ir, amanhã?"

Repondo: "Queres ir?" (às vezes, fazemo-nos de surdas, ou até o somos mesmo, vá-se lá saber...).

Entusiasmo nos olhos de gajas "rotas".

"Vamos ao Norte! Apanhámos o «quim», depois o Metro...!", diz ela.

"Combinado!".


"Dia seguinte"


Levanto-me às 10h. Dormi que me fartei e penso: "Eu aqui a espernicar-me na cama, e aquelas que me fizeram a vida negra a trabalhar! Bem feito!".

Tomo o pequeno-almoço.

"Mãe, já vou. Xau!".


"Estação"


Comboio das 11h55.


"Metro"


Metro "Sra. da Hora". Direcção: Sete Bicas.


Norte Shopping


"Bamos buscar os bilhetes agora. Fica arrumado.", diz ela.


Bilheteira.


"Bais comer o quê?", diz ela.

"Hum, vou ao Mac... Hoje é dia de compensar o facto de ser uma «encalhada», e de ter trabalhado feita escrava.", diz a Deep.

"Oh! (ri-se) E vão duas! Bá, também bou.".


Fomos.


Pedimos e pusemo-nos numa mesa a contemplar os casalinhos adolescentes, adultos. Tédio -.-


Hora do filme.


Vamos pelo corredor a pensar ver uma versão ainda melhor do que é o Amor nos filmes (sim, apenas nos filmes parece eterno...) Eu, ia também com a voz dela... "Jack! Jack! JACK"... (Histérica, pá!).


Sala de Cinema.


15 mins de anúncios publicitários, entre os quais, versão "A minha primeira vez TAG" alongada a 5 mins, sem exagero (claro que o anúncio da Sumol não podia faltar... Portugal e o Sumol... Quase foram criados juntos).


Começa o filme.


Eles conhecem-se num Bar. April (Kate Winslet) é fumadora.

Ele, Frank, (Leonardo DiCaprio) mete-se com ela. Também fuma.

Diz-lhe que o sonho dele é ir viver para Paris. Ela ri-se.


Casam-se. Ela é actriz. Ele, ainda não sei.


Numa estreia fracassosa de April, no regresso a casa, pelo caminho no carro, ele obriga-a a falar do que ela sente. Discutem. Ele sufoca-a.


Vão viver para "Revolutionary Road", na casa dos sonhos. Tudo é perfeito. A senhoria é uma histérica (ainda mais do que "Rose", na hora de chamar o "Jack" versão "mármore").


(anos mais tarde)


Filhos. April é doméstica. Frank é um empregado de escritório de "algum sucesso", numa fábrica.


Têm dois filhos.


Ela está farta de ser doméstica. Quer ir para Paris... Quer viver o sonho dele, que também passou a ser dela! Ele, pondera. Acaba por ceder (aparentemente) numa noite em que acabou de tomar banho, vindo da sua primeira relação sexual extra-conjugal.


Ele está feliz. Manda um tema ao ar sobre o qual a fábrica deveria trabalhar, apenas por mandar, porque sabe que vai sair dali em pouco tempo. Adoram! É promovido se não for para Paris.

Ele farta-se de fumar. Ela farta-se de fumar.

Ela está grávida. Quer abortar. Para ir para Paris.


Ele não quer que ela aborte. Aceita a promoção. "Enterra-a".


Ela acaba por traí-lo com o homem de um casal amigo.


Ela está farta dele. De ele ser o "mestre" da palavra. Precisa de silêncio. Ele recalca-a por ela querer abortar. ELA QUER SILÊNCIO!


Recebem, ao almoço, a senhoria, o seu marido que nunca abre a boca, e o filho que está num Hospital Psiquiátrico por ser "inteligente demais" a Matemática. O homem, dito "maluco", manda a altos berros que Frank a engravidou para ficar e ser promovido. Ela finalmente percebe. Crise. Ela passa horas na mata... Fora da "Revolutionary Road". Volta a casa.


Acabou para ela (Shu! Isto ele ainda não sabe).


O outro dia, é o pequeno-almoço perfeito. Juntos, aparentemente.

Ele vai trabalhar.

Ela faz o aborto em casa.

Tem uma hemorragia.

Morre.


...


Ele está no jardim com os filhos. Só com os filhos. Perdeu o que "possuía". Não o que tinha.


...


A senhoria, em casa, admite ao marido que nunca gostou deles, quando no primeiro dia que os viu, e numa visita a casa deles, pediu a April para recebê-la a ela e ao filho, porque ele precisava de alguém mais jovem para contactar, e fartava-se de referir que "os adorava!". April acedeu de boa fé (sempre de boa fé... Natural. Original.).


O marido desliga o aparelho auditivo. Precisa de silêncio. SILÊNCIO! (lembrem-se que ele nunca falava).


...



Regresso a casa.


Voltámos mudas. É preciso SILÊNCIO.


7 comentários:

Melga disse...

O verdadeiro retrato da rotina da vida....da realidade à ficção da verdade à traição ...a distância é muito curta!

Anónimo disse...

cada vez que dá o ''titanic'' na tv, eu faço umas horas de silêncio e apago a televisão. rsrs
há momentos das nossas vidas em que dizemos muito mais com um silêncio ''cumplice'' do que com 100 ou 1000 palavras!
por vezes é bom ficar sem palavras,seja por emoção,timidez ou surpresa.
um olhar..um carinho...um beijo..dispensam palavras e conseguem ser arrebatadores. dão-se,recebem-se e trocam-se no meio de silêncios que os elevam a um nível mais profundo do sentir.
para fugir do ''silêncio''imposto pela impossibilidade de estar contigo em silêncio, deixo-te aqui um obrigado por todas as vezes que te silenciaste para me escutar.
tu és daquelas pessoas que tem o dom de saber usar a palavra e o silêncio.
jinhos e coiso i tal!! :-))

ass:um silêncio gritante

Cristiana A. disse...

Bem, da proxima, se nao for pedir muito, convida-me para ir ao cinema convosco! (Seja la quem for o "convosco" para alem de ti!). Serao 3 encalhadas que gostam de McDonald e que se sentiram mal a olhar os casais adolescentes, adultos...mas ainda assim se irao divertir ao faze-lo! ... Gostava muito de ver esse filme!

O silencio? Por vezes sufoca. Outras vezes enche-nos de tudo o que ha para encher e depois...depois transforma-nos em nada.
Silencio! Para ouvir quem nos respira. Para sentir quem nos bate ao coraçao... Silencio! Para que o mundo possa falar...para nos, do mundo... Silencio.

Anónimo disse...

So assino anonimo pk da menos trabalho... menos coisas pa preencher...agora nao me apetece teclar muito... faz me varizes na polpa dos dedos... so pa dizer k passados alguns anos e estes dois veem-se outra vez nus... no cabelos brancos and no rugas...a corporation rasgaestetica parece eficaz... e k tal passarem no cantinho do piolho? Fazia vos bem aprenderem a amadurecer... ainda por cima gosto de pêras... mas so dakelas maduras... SpiCato

DeepGirl disse...

Cristiana A.

Lol... Club das Encalhadas? Vamos fazer furor.
Quer-se dizer, a outra anda "vidrada" no treinador dos Júniores (escolhe mal, escolhe).
Sobrámos nós.
Gente, vamos arrasar!!! Preparem-se!

DeepGirl disse...

SpiCato

Oh Maria Cato, mas alguém te perguntou alguma coisa? Tu gostas é de ... MORANGOS!

DeepGirl disse...

um silêncio gritante

Tens um lugar aqui, sempre. Estás gravado... A "ferro e fogo". Hum... Isto soa bem, não soa? Não quero passar por... Deep "coiso i tal".

Juuuussssss******