terça-feira, 25 de setembro de 2012

A "morte", aquela...

Ela esperou que eu entrasse no quarto quando lhe disseram que iam chamar a enfermeira... Ela esperou que eu a olhasse nos olhos... Ela esperou que eu lhe aspirasse as secreções... Ela esperou que eu atendesse aquela porcaria de telefone que trago sempre comigo pendurado nas calças e que não pára de tocar por merdas que nada têm a ver com cuidados humanos essenciais... Ela esperou que eu desligasse e lhe dissesse que podia ir em paz.

Apesar de tantas pessoas que já acompanhei, a morte continuará sempre a ser uma dúvida, um ponto de interrogação. Quando? Como? Porquê? Com quem? Onde? De que forma? Dói? Cega-se?

Afinal... ??????????

2 comentários:

siceramente disse...

Deep mais linda, só tenho um abraço para te dar :)

Mariavaicomasoutras disse...

A morte confirma o nada se cria nada se perde tudo se transforma....e essa transformação é intemporal, mas sempre individual mesmo quando em grande numero, dolorosa para quem se agarra *a saudade...
QUe tudo esteja bem contigo!
Bjinho*