quarta-feira, 4 de agosto de 2010

E é assim...

Hoje apetecia-me escrever um texto extenso, com alma e coração. Daqueles que quando acabamos de escrever e reler, nos faz sentir úteis, confiantes de que somos emotivos positivamente ou não, consoante a vida, a fase de desenvolvimento, os que nos rodeiam, os que nos acarinham.
Não sou pessoa de lamechices, não faz o meu género. Quando algo me corre mal, procuro definir uma saída, e escavo até a encontrar. Penso que seja normal, por vezes enquanto escavámos, pararmos com o cansaço, e olhar para o que já fizemos e nos falta fazer para ver a luz. Aliás, diria mesmo que nem tenho tempo de olhar para trás: páro, passo a mão pelo suor da testa, respiro fundo, bebo água, tento não abafar com o pó (sim, rinite alérgica e terra são antíteses), e volto ao trabalho.
Não fui criada nem regida por uma educação para fracos: sempre me ensinaram a lutar pelo que queria, mesmo se isso implicasse que fosse menos feliz. Não estou aqui a recriminiar ninguém, pois se hoje sou o que sou, deveu-se em parte a isso mesmo. Mas fui crescendo, e já aos 15 anos despertara o meu relógio biológico para a maternidade. Hoje, faço uma pequena ligação entre ambos os factos: desejo para os meus filhos que sejam mais felizes do que eu fui, mais vividos, mais despertos para o que é bom da vida, no bom sentido e no bom senso.
Não lancem já foguetes pela minha gravidez, pois segundo o meu plano estratégico, só o estarei daqui a maios ou menos 6-7 anos (este maios ou menos é incerto, improvável, e é uma valente hipótese parva porque estas coisas, assim como a vida, acontecem e pronto). Resumidamente, quero ser mãe quando tiver que ser, quero poder contemplar o crescimento do meu útero, quero massagar e cantar para ele, quero ver nascer o RN, tocá-lo, amá-lo, vê-lo sorrir sem ou com dentes. A pior parte é quando começa a caminhar e me vai partir todos os vasos da Loja do Gato Preto (adoro aqueles vasos e jarrões que lá vendem e que são quase inacessíveis), mas isso com paciência e uns arrancares de cabelos (meus), a coisa vai lá.
Quando me aparecer com o/a namorado/a (quer seja menino ou menina, a coisa agora dá para os dois), e chegar à minha idade que tenho hoje, recomeçará este ciclo de escrita, ou não, porque cada um é como é.
Há quem lhes dê para tocar bateria aos 6, ou jogar ping-pong aos 7 com adultos (in my case). Acho que não foi por isso que me dei mal na vida, hum?

By the way, a Professora Célia tem razão: já sou enfermeira e ninguém me pode tirar isso :)

3 comentários:

Mariavaicomasoutras disse...

O prazer de te ouvir falar assim...se fosse a tua mamã diria; até que enfim que esta Toina ganhou juízo.
Vai em frente e segue as tuas intuições.
Custa a arrancar mas depois o mundo vai sorrir para ti.
Beijoca da Toina*

CF disse...

Pois é Sra. Enfermeira
tenho a dizer que não achei o teu texto lamechas... by the way: o que é preciso fazer para escrever um texto lamechas? Este conceito é, para mim, algo confuso...lololol.
Dizer o que se sente não deverá ser considerado lamechas...falar de emoções, mostrar-se apaixonado, provocar uma lágrima no olho de alguém será lamechas, mas "why not?". Pois é, fui ver ao dicionário, pela via das dúvidas poderia ter outro significado desconhecido.
Deixemo-nos de lamechices ou de falar sobre elas...
O teu percurso foi, com certeza, diferente de cada um dos teus colegas. A uns este trajecto é mais duro, mas quem o faz com convicção, com amor à camisola e com perseverança depressa vai longe. Acredito nisto, sinceramente. Serei "naive"? talvez o seja, mas tenho visto daqueles que procuram trepar, manipulando os outros a seu belo prazer... Um dia acabam perdendo, porque depressa se descobre aquela zona anatómica traseira... lololol
Enfermeira, sim senhora e pela via das dúvidas sempre terás, a comprovar, o certificado que custa uma fortuna!!! lololol
E eu cá estarei a dar as minhas referências abonatórias de tais competências.
bjs

Anónimo disse...

E é muito bem assim.
Consciente do que queres , das dificuldades, mas sem te vergares ao facilitismo de dizer : '' É dificil? Demorado? Ah , então desisto já!''
Quanto à questão da maternidade...
Ó ''melher'' , Tu previne-te! lol
Brincadeirinha tola! É como dizes. Quando tiver de ser , será :)
Jinhos e coiso i tal!! :-))



ass: my way