segunda-feira, 23 de março de 2009

Céu e estrelas

Desde pequena, tenho a tendência para andar de nariz empinado para o céu.

Lembro-me como se fosse hoje, durante as viagens que fazia com os meus pais entre Portugal - Suiça na era em que ainda éramos emigrantes (básicamente, desde os meus 0 a 8 anos de idade), de ir deitada no banco de trás (que era só meu, dado que lá em casa, a pirralha da Deep foi a única a ver a luz do Mundo vinda do ser mais lutador que alguma vez conheci, apelidado de Mãe), a contemplar o céu e a forma das nuvens.

Era hábito lá em casa (Suiça) verem-me a chorar, dado que esta minha mente tinha a mania de criar figuras com as nuvens e ver "monstros" ou "anjos" (a tal fase dos símbolos que Sigmund Freud, um dos meus ídolos, analisou).

Lá está, que durante a adolescência e a minha crise existencial correlacionada à minha fase de desenvolvimento, decidi que tinha a PDM e andava sempre cabisbaixa, a pensar no "meu mundo, nas minhas coisas, e eu é que sou importante".

Desde que me mudei para Portugal, a tendência passou a ser outra (em alternativa à criação das formas com as nuvens): no Verão, dado que passo a noite sem conseguir dormir com o calor infernal ao qual nunca me ambientei, vou para a janela, ou sento-me nas escadas da parte da frente da casa, ou deito-me na relva em pleno jardim, a... Contemplar as estrelas cadentes!

Nunca me esquece, que no 10º ano, numa aula de Geologia, ao ouvir a Professora Fátima desvendar que as estrelas cadentes eram apenas partículas do Espaço que incandesciam ao entrar em contacto com a atmosfera da Terra, ia-me dando uma coisa.

Eu, Deep, que sempre tinha acreditado que as estrelas cadentes eram mágicas, que andavam a "brincar às caçadinhas" pelo Céu, que quiçá, poderiam ser sinais vindos do espaço intergaláctico...!

Ai mas eu não deixei de acreditar! Nah, nah, nah!

Como tudo na vida, temos de saber aprender com o lado científico.

Mas nunca esquecer que também é o lado místico e transcendente dela e do que acreditamos existir sem que o possamos ver, que nos faz sorrir de alegria e emoção quando estamos horas há espera de ver a "estrela", e quando estamos prestes a nos retirarmos, eis que "ela" aparece :)

3 comentários:

Anónimo disse...

há quem ande de nariz empinado a olhar para o céu , para ver nuvens que são dragões e estrelas que são uma das partes visiveis de um mundo que está distante.há outros que andam de olhos fechados,outras vezes abertos, e viajam até ao mundo da Lua. ambos têm em comum a capacidade de ''flutuar'', sonhar e de se deixar encantar por coisas 'mágicas'',coisas que nos alimentam a capacidade de ver muito mais além e muitas mais coisas que apenas aquelas que podemos tocar.
apesar de muitas coisas já serem explicadas pela ciência nunca deixarão de ser ''mágicas'', desde que se consiga não ser escravo da racionalidade e da lógica.são as emoções,sensações e toda a nossa parte espiritual que nos fazem ser realmente humanos.
da próxima vez que procures uma estrela cadente olha um segundo para a Lua...
costumo andar por lá.
Jinhos e coiso i tal!! :-))

ass: face oculta da Lua

Daniel C.da Silva disse...

As crinaças perdem magia quando deixam de acreditar no pai natal. Ele faz falta para o crescimento psico-afectivo e por tanto que depois a vida traz de cru.

Agora esta tua professora foi uma ranhosa porque levou uma aluna a desvendar num blogue o misterio das estrelas cadentes...

bjs

Anónimo disse...

muitas estrelas cadentes desvanecem-se na atmosfera, alguns pedaços delas caiem na terra..tu és bocado de uma delas:)