sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Alzheimer

Primeiro esquecem-se de onde puseram as chaves. Mais tarde, esquecem-se da data de aniversário dos filhos. Depois esquecem-se que tinham uma marcação no médico. Esquecem-se que têm uma agenda ou um calendário dependurado na cozinha ou no escritório. Depois baralham o nome das noras e genros. Mais tarde o dos filhos. Esquecem o nome dos amigos. Esquecem o nome das noras e dos genros. Já nem sequer se lembram que têm netos. Esquecem-se do nome dos filhos. Não identificam objectos. Não conseguem ter um discurso coerente, esqueceram-se de algumas palavras. Ou de todas. Voltam à infância e têm de ir à escola. Voltam a ser pais e mães, os filhos têm que ser conduzidos às aulas. Exprimem necessidades básicas. Ou não. Não reconhecem ninguém. Não são ninguém. Nós, médicos, enfermeiros, auxiliares, família... É que os ajudamos a ser alguém.

O Alzheimer... Esse, não é ninguém.

1 comentário:

Unknown disse...

Uma doença terrível que infelizmente conheço de perto... beijinho